Mas ele vê ainda dois fatores importantes. Um é a falta de estímulo às pequenas empresas, que são uma importante fonte de empregos, segundo Goulart, e poderiam pagar salários melhores. Outro fator, segundo o jornalista é a falta de uma política salarial no país.
Especialista em Projetos desse porte em sua atuação política, DURVAL concedeu entrevista ao GIRO NOTICIAS Online sobre o assunto.O Jornalista iguaçuano de Nova Iguaçu/RJ que é tambem presidente da ONG/GRUFORMIC-Grupo de Formadores de Opiniao de Miguel Couto.
GIRO NOTICIAS: E como o senhor vê o fato de que a maior parte dos novos empregos gerados é de baixa renda?

DURVAL GOULART: Do ponto de vista da qualidade, ainda estamos com um déficit bastante importante.É verdade que os empregos vêm crescendo, embora isso ainda seja insuficiente para dar conta do ambiente mais geral que diz respeito ao ingresso de pessoas no mercado de trabalho. Principalmente no caso brasileiro, temos em torno de 2 milhões de pessoas que ingressam no mercado de trabalho a cada ano, sem falar no estoque de pessoas que permaneceram desempregadas justamente por um período anterior de baixo crescimento da atividade econômica.
Em relação à qualidade do posto de trabalho, nós percebemos ainda um déficit, justamente porque os empregos especialmente com carteira assinada que vem sendo gerados são aqueles de baixa remuneração. Praticamente, a cada 10 postos de trabalhos abertos, nove são remunerações abaixo de três salários mínimos.
Números referentes às faixas salariais com saldo positivo de formação de empregos no 1º trimestre de 2005. Fonte: Caged. Elaboração: Editoria de Arte da Agência Brasil.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa referente ao comportamento da renda dos ocupados entre 96 e 2003. Nós vimos uma queda nesse rendimento. Parte da imprensa noticiou como sendo resultado da terceirização, por exemplo, e da criação de empregos no interior do país, em geral, com salários inferiores àqueles praticados nas metrópoles.
No meu modo de ver, talvez seja necessário acrescentar duas outras razões para isto vir ocorrendo: em primeiro lugar, no que diz respeito à dificuldade de competição de pequenos empreendimentos que têm sido no Brasil o principal sustentáculo do emprego. Nós temos problemas bastante importantes que precisariam ser resolvidos, no caso dos pequenos negócios, que ainda não têm um bom espaço de competição no mercado interno.
Nós temos problemas de compras públicas que não abrem oportunidades para os pequenos negócios, nós temos problemas de financiamento, e justamente a forma de competição faz com que estes empreendimentos terminem optando na maior parte das vezes por reduzir rendimento dos trabalhadores, em vez do emprego.
Por outro lado, tem a ver com as dificuldades de sustentar os salários em termos reais no Brasil nos dias de hoje, tendo em vista a ausência de uma política salarial. Hoje, os salários dependem basicamente da negociação, da barganha sindical.
Embora nas grandes empresas os sindicatos vêm tendo algum sucesso em termos de negociar os salários acima da inflação, na parte referente aos pequenos empreendimentos, onde se concentra uma parte dos trabalhadores, justamente por haver uma fragilidade sindical, pouca prática em termos de cultura de negociação coletiva, muitas vezes os salários dos trabalhadores ocupados das pequenas empresas, não consegue nem mesmo acompanhar a inflação.
GIRO NOTICIAS: O Caged apontou que o Nordeste foi o maior gerador de empregos formais em setembro. Como o senhor percebeu isso?
DURVAL GOULART: Isso tem um efeito sazonal. Embora também precisemos ter bastante atenção para o fato de que o setor da cana, sobretudo a agropecuária do Nordeste vem perdendo competitividade frente à expansão que vem substituindo inclusive parte da área plantada do nordeste no que diz respeito às áreas do centro-oeste e do estado de São Paulo. As duas áreas vêm crescendo muito fortemente sobretudo a participação na produção de açúcar decorrente da cana de açúcar.
Então nós temos essa situação do agronegócio que se concentra mais no Sul e Sudeste do país e, por outro lado, um movimento que é de longo prazo em termos de interiorização de parte do setor industrial brasileiro. Então, estes dois movimentos vêm compensando, de certa maneira, parte da perda que tem ocorrido em determinadas regiões na agricultura, mas por outro lado vem expandindo o emprego urbano por decorrência desta expansão e interiorização da atividade industrial.
GIRO NOTICIAS: Como fica a relação campo e cidade na geração de empregos?
DURVAL GOULART: Temos uma continuidade da recuperação econômica brasileira, aprofundada pela ampliação dos investimentos, um reforço das áreas metropolitanas onde se concentra a principal parte da estrutura produtiva brasileira. Especialmente, olhando os 30 primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, verifica-se o fortalecimento daquelas áreas consolidadas na atividade econômica.
É natural, porque regiões industrializadas como Rio de Janeiro sofrem muito mais o efeito, por exemplo, quando há uma desaceleração econômica, uma recessão. Então o desemprego cresce muito mais rapidamente nas áreas industrializadas, porém quando há recuperação econômica – como estamos verificando nestes dois últimos anos – justamente as áreas mais industrializadas são aquelas que têm maior potencialidade em termos de expansão econômica, puxando também o emprego. Então, no meu modo de ver, a tendência de curto e médio prazo tende a reafirmar justamente a situação do emprego nas regiões mais avançadas em termos de industrialização no país.
Um comentário:
Agora é tarde!!!
Ainda acerca do processo eleitoral 2008 , que irá escolher os nossos representantes nas esferas dos poderes Legislativo e Executivo, este Blog alerta aos contribuintes de nossa Cidade, em especial do Bairro Nova América, que - agora - bem próximo da eleição têm Candidato a Vereador abrindo Centro Social para fins exclusivamente eleitoreiro, já que desde 2004 - quando esse postulante foi também candidato - não há qualquer serviço social funcionando no local. Talvez seja por isso que o candidato não tenha obtido êxito na eleição passada.
Com tanto tempo para abrir um Centro Social para atender a população, por que funcionar somente agora há 02(dois) meses da eleição?
Será que após o período eleitoral esse 'Centro Social' irá continuar funcionando?
Nosso povo não é bobo, sabe quem efetivamente trabalha - incessantemente - o ano inteiro pela população, não apenas na época de eleição.
Alô Fiscalização do TRE!!!
Postar um comentário