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segunda-feira, 2 de abril de 2012

BELFORD ROXO COMEMORA EMANCIPAÇÃO

*Durval Goulart
Durante boa parte do século XX, o município foi distrito do município de Nova Iguaçu. No dia 3 de abril de 1990, a lei estadual número 1.640 foi aprovada, sendo assim, Belford Roxo foi desmembrado politicamente de Nova Iguaçu. O município de Belford Roxo foi instalado em 1 de janeiro de 1993 e seu primeiro prefeito foi Jorge Júlio da Costa dos Santos, o "Joca", que foi eleito com mais de 70 mil votos no município.
Habitadas anteriormente pelos índios Jacutingas, as terras hoje pertencentes ao município de Belford Roxo foram assinaladas pela primeira vez no mapa elaborado por João Teixeira Albernaz II em 1566 entre os rios "Merith, Simpuiy e Agoassu."
Na carta topográfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manoel Vieira Leão em 1767, aparece claramente nesta região o Engenho do Brejo, que teve em Cristovão Mendes Leitão, desde 1739, um de seus primeiros ocupantes.
Cortado pelo Rio Sarapuí e, como quase toda a Baixada Fluminense, cercado por pântanos e brejais, possuía em sua margem um porto para escoamento da produção: açúcar, arroz, feijão, milho, e aguardente, como lemos na primeira estatística realizada no Brasil, no governo do Marquês do Lavradio, entre 1769 e 1779, mostrando que este engenho fazia parte da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga.
Pertencia ao "Capitão Apolinário Maciel e seu irmão, o padre Antonio Maciel, com 35 escravos, fabricando 25 caixas de açúcar e 9 pipas de aguardente."
Sobre este rio de águas límpidas com trechos encachoeirados, escreve monsenhor Pizarro: "Da Serra da Cachoeira chamada Pequena, situada ao norte, por onde se divide a mesma Freguesia com a de Santo Antônio de Jacutinga, e forma junto à Fazenda de S. Mateus, um pântano, do qual nasce o Rio Pioim, cuja grossura por curvas águas, ou descida de lugares altos, ou depositadas pelas chuvas.
Para esse pantanal aflui a Cachoeira Grande, que se fermenta na Serra do mesmo nome, e está nos limites da Freguesia de Jacutinga, e misturadas umas às outras águas, confluindo igualmente às dos lagos e campos por que passam, se ensoberbecem a ponto de negarem passagem a cavalo (em direitura da Matriz), e permitem entrada a barcos grandes, impedindo por isso o trânsito da Estrada Geral para o distrito da Freguesia do Pilar, por cujo caminho se vai à Serra dos Órgãos, mandou a Câmara fazer, em lugar que pareceu mais apto, uma ponte, para facilitar a comunicação dos moradores do continente, e também o comércio das Minas Gerais. Conservando a Cachoeira Pequena o seu nome, até se confundir com o Rio Pioim , aí o perde, substituindo-lhe a denominação desse rio, porque é conhecido até à estrada do território de Jacutinga, onde principia a ser Rio de Santo Antônio; mas a Fazenda do Brejo, em que há uma ponte, toma o apelido de Rio do Brejo e com ele chega à ponte do distrito de Serapuí de cujo sítio continua com o nome de Rio de Serapuí, até o mar."
Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o Padre Miguel Arcanjo Leitão, que era proprietário das terras, em apenas um ano vendeu-as ao Primeiro Visconde de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, futuro Marquês de Barbacena.
Em 1843 Pedro Caldeira Brandt, o Conde de Iguassú (filho do Primeiro Visconde e Marquês de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta) assume a Fazenda após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de julho de 1942. Pedro era casado com a Condessa de Iguaçu, Maria Izabel Alcântara Brasileira, filha do Imperador Pedro I com a Marquesa de Santos. Em 1851 A Família Caldeira Brant vende a Fazenda do Brejo para o Comendador Manuel José Coelho da Rocha. Na segunda metade do século XIX quando, devido a um surto das epidemias, que assolaram a Baixada durante a Segunda metade do século XIX, a fazenda entrou em decadência. O assentamento dos trilhos para a passagem da estrada de ferro Rio D'ouro cortando a fazenda do Brejo em 1872, em terras doadas pelos descendentes de Coelho da Rocha, deram início a um movimento de reivindicação para transformá-la em linha de trem de passageiros, pois anteriormente esta ferrovia foi construída para a captação de água nas serras do Tinguá, Rio D'ouro e São Pedro, com colocação de aquedutos ao longo de sua margem.
HISTORICO DA LINHA: A Estrada de Ferro Rio do Ouro foi construída para construir e cuidar dos reservatórios e do abastecimento de parte da cidade do Rio de Janeiro e foi aberta ao tráfego de passageiros em 1883. Inicialmente saía do Caju e mais tarde passou a ter como início a estação de Francisco Sá. Depois dessa mudança o seu curso inicial foi alterado e ela passou a acompanhar de muito próximo a linha Auxiliar até a estação de Del Castilho, quando se separavam as linhas. Na estação da Pavuna elas voltavam a se encontrar. O trecho final, até Belford Roxo, era compartilhado com os trens metropolitanos da Auxiliar (depois da Leopoldina) em bitola mista. Em meados dos anos 1960 os trens da Rio de Ouro, ainda a vapor, embora tenham sido feito testes com locomotivas diesel, deixaram de circular. A Rio de Ouro, encampada pela Central do Brasil nos anos 1920, tinha vários ramais e três deles sobreviveram como trens de subúrbio até a mesma época da desativação da linha-tronco: os ramais de Xerém, do Tinguá e de São Pedro (Jaceruba). Parte de sua linha-tronco foi utilizada na construção da linha 2 do metrô do Rio de Janeiro.   A ESTAÇÃO: A estação de Belford Roxo foi aberta pela E. F. Rio do Ouro, provavelmente com a linha, em 1883. "Antiga fazenda do Brejo e anteriormente, Calhamaço, lembrando o antigo canal do calhamaço aberto pelo Visconde de Barbacena (seu antigo proprietário), e que formava um braço do Rio Sarapuy. Sua estação recebeu este nome em homenagem a Raimundo Teixeira Belford Roxo, chefe da 1ª divisão da inspetoria de águas. Havia em frente a esta estação um artístico chafariz de ferro jorrando água, que o povo denominou de "Bica da Mulata", cuja figura mitológica de uma mulher branca sobraçando uma cornucópia oferecia aos passantes o líquido precioso, que a oxidação do ferro transformou em "mulata", e era uma cópia da estátua existente na Pavuna" (Segundo Guilherme Peres, pesquisador e membro do IPAHB). Mais tarde, com a desativação da Rio de Ouro e sua incorporação de seus trechos pela Central do Brasil através da linha Auxiliar (que mais tarde foi passada para a Leopoldina, nos anos 1960, até a incorporação dos subúrbios pela RFFSA, em 1971), a estação foi ligada à estação da Pavuna, e a linha passou a ser contínua desde a linha principal da Auxiliar. Atualmente (2003), há trens metropolitanos da Supervias que seguem para Belford Roxo - que é estação terminal - direto desde a estação Dom Pedro II. Até meados dos anos 1960, saíam de Belford Roxo três linhas originárias da Rio de Ouro: os ramais de Xerém e de Jaceruba. Destes hoje há pouquíssimos resquícios. A estação atual foi inaugurada pelo ministro dos Transportes, Gal. Dirceu Nogueira, em 04/04/1978.Atualmente o prefeito é Alcides Rolim(PT).
*Durval Goulart é Diretor de Comunicação Social da Prefeitura de Belford Roxo, Colunista do Jornal Voz da Baixada e Editor do Jornal Giro Noticias. (www.blogdodurvalgoulart.blogspot.com)

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