Senhor Governador Sergio Cabral.
Vossa
Excelência não vai chorar pelo sangue de Leonardo Teixeira Cardoso?
Desaparecido
desde o dia 07/07 2013, depois de muitas buscas a família localizou o seu corpo
crivado á balas no IML de Nova Iguaçu Rio de Janeiro.
Os crimes de
intolerância se tornaram corriqueiros em todo o estado do Rio de Janeiro,
especificamente na baixada fluminense. Á ausência de uma política publica
concreta contra á homofobia tem impulsionado mais ainda a impunidade dos que
agridem e matam as pessoas por causa da sua orientação sexual.
Todavia
entendo que não conseguiremos acabar com os variados crimes, em especial os
chamados ‘CRIMES DE ÓDIO “mas se as cidades tivessem um centro de referencia de
combate à homofobia ou algo do gênero iria com certeza inibir a praticas desse
tipo de afronta aos direitos humanos. Enquanto as pessoas LGBTS estão morrendo,
muitos/as por causa da intolerância, os chamados movimentos organizados LGTS
fazem um alarde na mídia exigindo o casamento LGBT ou casamento igualitário,
enquanto esquecem a principal bandeira de luta que é aprovar o PL (projeto de
lei) 122 que criminaliza á homofobia, equiparando á ao crime de racismo. Nada
contra o casamento e tudo á favor da vida contra á pena de morte silenciosa que
está sendo imposta aos LGBTS, principalmente das classes mais empobrecidas, que
não podem morar em um condomínio que tenha um bom esquema de segurança, que não
podem andar de carro blindado como acontece com funcionários do Estado que
“trabalham” no combate a homofobia, que não podem comprar uma boa pistola e
fazer um bom curso de tiro, ou pagar uma boa academia aonde possa aprenderuma
modalidade de luta para a defesa pessoal, etc.
Portanto,
não quero ser simplista e achar que o crime pode ser resolvido com uma canetada,
porque o crime é o resultado de como estamos organizados, é o fruto não somente
de tipo de educação que recebemos como também do sistema que se alimenta do
suore sangue de uma classe para manter os privilégios de uma minoria.
A homofobia
vem de todas as classes sociais, mas se tivéssemos um trabalho nas comunidades,
escolas, sindicato, igrejas, se existisse uma política séria e acertada sobre
este tema, a sociedade brasileira especificamente a baixada fluminense já
poderia conviver com os homossexuais com mais respeito, com outro olhar
diferenciado que não seja com o olhar do desprezo, do nojo e da morte.
Eu escapei
da morte no dia 22 de junho graças a dois vizinhos que me socorreram, e depois
soube que os agressores se defenderam dizendo que queriam apenas fazer um
susto.
A família,
namorado, amigos e a comunidade LGBT organizada de Nova Iguaçu tinham esperança
de encontrar LEONARDO TEXEIRA CARDOSO com vida, mas infelizmente foi localizado
em um instituto médico legal.
Sei que não
deve ser confortável para algumas autoridades saberemdessa denuncia, todavia
ela é necessária, porque em pleno
século XXI a intolerância e o ódio não
podem encontrar espaço em nossos corações e mentes.
Afeto não é
crime e o amor não mata, o que mata é a incompetência dos governantes e a
inércia da sociedade que ainda cai na tentação de não ver perigo algum na
ideologia divulgada pelos Felicianos, Malafaias, e Bolsonaros da vida, que
incentivam uma cultura de extermínio da comunidade lgbt.
Senhor
governador, senhores deputados, senhores prefeitos.
Quem será o
próximo?que será encontrado amanhã sem vida numa
pedra fria do IML?
*Sobre o
autor do texto.Fundador do
movimento LGBT da baixada fluminense-Apresentador
do programa Atitude Gera mudança da C4 TVWEB-Articulista.-Secretario
de Comunicação do grupo 28 de junho-Um dos
coordenadores da Parada LGBT de Nova Iguaçu.
Email:
eugenioibiapino@gmail.com
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