
Lindberg nomeou mulher que
denunciou corrupção no governo
Sampaio - FONTE: JORNAL HORA H - EDIÇÃO 7/11/07
• Intrigante e muito suspeito. Foi assim que a opinião pública encarou a notícia de que a mulher, que provocou uma tempestade no governo Lindberg Farias, ao denunciar corrupção envolvendo assessores próximos, teria sido nomeada para um cargo de confiança no Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse).
Como o Hora H noticiou na edição da última sexta-feira, Mônica Andrade Rangel, foi nomeada para assumir a área financeira da unidade pela secretária municipal de Saúde, Marli Silva, em substituição ao diretor administrativo Carlos Alberto Laranjeira Caldas, que deixa o cargo sob uma grave crise por que passa o Hospital da Posse, o maior da Baixada Fluminense.
Trechos de gravações com 36 e 48 minutos, respectivamente, de dois CDs com a voz de Mônica foram apresentadas no Perfil da Baixada, da Rádio Tropical Solimões, em 2 de agosto deste ano. Nela, a diretora financeira do Hospital da Posse, que já foi subsecretária municipal de Saúde, menciona um esquema de corrupção montado para desviar dinheiro dos cofres da Prefeitura. Ela conversa com uma outra mulher, Lídia Cristina Esteves, então secretária-adjunta de Recursos Humanos do governo, que teria sido demitida no final do ano passado.
Mônica, segundo a gravação, afirma que autorizou a compra de formulários para o Hospital da Posse, no valor de R$ 1,8 milhões, que nunca chegaram às prateleiras da unidade. “Pedi, sim, mas não serei responsável”, teria dito a mesma no material que foi enviado à Justiça por vereadores de Nova Iguaçu. Mônica e Lídia, comentam também que, se escândalo for a público, “Lindberg sai da prefeitura de camburão.”
As denúncias consideradas gravíssimas também envolvem Fausto Trindade, ex-secretário de Governo que, segundo Lídia, seria conivente na criação de 600 cargos de confiança sem aprovação do Poder Legislativo. “Fausto, isso dá cadeia”, disse, referindo-se a um documento que foi entregue ao então secretário.
Na gravação a interlocutora de Mônica afirma que assessores de Lindberg ofereceram cerca de R$ 4 mil para ela “ficar calma”, o que foi negado. A mesma conta, ainda, que o dinheiro para abastecer o esquema vinha do Bic Banco, instituição que liberava empréstimo para servidores na forma de consignação. O município descontava os valores, mas não os repassava para o banco. Ao contrário, de acordo com a mulher, destinava-os a um caixa-dois organizado por assessores ligados à Secretaria de Fazenda.
Cargo suspeito
• Durante o ‘Perfil da Baixada’, ontem, Thiago Portela, um dos colaboradores do programa, enfatizou que é de se estranhar que a mesma pessoa envolvida em roubalheiras no governo Lindberg Farias, foi nomeada justamente para administrar a parte financeira do Hospital da Posse. Thiago afirma que essa medida preocupa e torna a população ainda mais vítima das manobras envolvendo as falcatruas do governo petista. “É provável que os ouvintes do ‘Perfil’ questionem se as denúncias levadas ao ar pelo programa contra o prefeito Lindberg Farias, são verdadeiras. Infelizmente, é a verdade”, disse.
“O governo de
Lindberg é uma vergonha”
• A nomeação de Mônica Rangel para o cargo de diretora administrativa do Hospital da Posse deixou ouvintes da Rádio Tropical descrentes quanto ao fim da corrupção no mundo político. A comerciante Marinês dos Santos, de 36 anos, afirma que é impossível confiar nos políticos ou em pessoas que estão em cargos de confiança e ligadas ao governo. “A gente se surpreende a cada notícia dessas. Embora não seja novidade, revolta.
Um líder comunitário criticou o papel da Justiça em demorar a punir grupos envolvidos com corrupção. “Eles deveriam ir para cadeia. Estamos assistindo a um circo, onde o povo é o palhaço, enquanto eles, são expectadores não furam o bloqueio para entrar sem pagar e enchem os bolsos. O governo de Lindberg é uma vergonha”, disse.
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