

Famílias ‘parabenizam’
prefeito’ pelo abandono
Sampaio - Jornal HORA H 04/12/07
• Na vila de casas de Regiane Amélia Mozaga Rabelo, de 58 anos, em Caioaba, pouca coisa restou para ser aproveitada. Roupas, armários, geladeiras, TVs, microondas e mantimentos. Tudo foi praticamente destruído pelas águas da chuva de setembro, que atingiu a Baixada Fluminense. A mulher prefere deixar tudo empilhado para lembrar as marcas de uma tragédia. Dona de seis casas, a água não poupou nem mesmo o teto. Foi o pior pesadelo de sua vida.
“Estou muito revoltada. A água chegou a 1,5 m e não salvei nada. Lindberg nem sequer fez uma visita para trazer uma cesta básica. Quero ressarcimento por tudo que perdi. Os prejuízos podem passar de R$ 150 mil. Pretendo processá-lo, pois foi o pior golpe que recebi em minha vida. Tinha todo conforto. Agora, durmo no chão”, afirma com os olhos em lágrimas, apontando para a laje destruída.
A situação de Regiane é conseqüência da falta de rede de saneamento básico na maioria das ruas do Caioaba. Os moradores apontam falhas no planejamento da pavimentação das ruas, como por exemplo: não existe canalização para água pluvial e quando chove o aguaceiro não tem para onde escoar. A Dona Joaquina é uma das prejudicadas, pois representa um dos trechos mais baixos.
“Entramos com uma representação junto ao Ministério Público contra o prefeito Lindberg Farias, no dia 13 de novembro deste ano. Queremos uma solução para os problemas graves que estamos enfrentando. É muito duro ver todo mundo perder o que comprou com tanto sacrifício. Chega de nos tratar com descaso”, desabafou a cabeleireira Ângela de Cássia Rodrigues, de 45 anos, que juntamente com um grupo de moradores colocou faixas com várias frases, em toda extensão da rua para protestar contra a prefeitura. “Nossa situação piorou desde que Lindberg assumiu”, completou.
Morte por leptospirose
• Os moradores contam que a proliferação de ratos no trecho do bairro provocou a morte de duas pessoas por leptospirose. Entre elas a de Alexandre Antonio Martins Diveras, que faleceu no dia 9 de novembro, na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu.
Revoltados, eles construíram um caixão para simbolizar essas mortes. Amanhã, os moradores pretendem realizar um protesto em frente à prefeitura. Às 10h, cerca de 2pessoas vão usar máscaras de ratos e outros adereços para chamar a atenção das autoridades do município quanto aos riscos e o abandono que vêm sofrendo. “Queremos mudar essa realidade. Quantas pessoas mais vão perder a vida, por causa da política de abandono do prefeito?”, questiona o comerciante Samuel Kruppe, um dos organizadores do movimento.
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