
Por Carlos Gutemberg
O uso do piercing para alguns jovens não passa de modismo ou necessidade de pertencer a determinado grupo. Outros fazem isso como forma de chamar a atenção dos pais ou da sociedade. Mas especialistas têm alertado sobre os possíveis danos que o uso desse acessório pode causar.
Um estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo apontou um aumento na incidência de infecções provocadas pelo uso de piercings no nariz, orelha e língua. Em 80% dos casos atendidos pela equipe do hospital houve a necessidade da realização de cirurgias reparadoras.
Segundo o otorrinolaringologista Perboyne Lacerda Sampaio, a colocação desses acessórios no lóbulo da orelha pode provocar uma cicatrização anômala que cresce descontrolada.
“Em alguns casos, a anomalia atinge volumes de até meio quilo em cada orelha”, alerta.
No caso da língua, há riscos de formação rápida de um abscesso, com edema que chega a impedir a respiração. A colocação do piercing em locais onde existe cartilagem - como na parede lateral do nariz, por exemplo - é ainda pior, na opinião do médico.
“Não importa o tempo que a pessoa usa o acessório e nem como foi feito. Mesmo se observando todos os cuidados com a higiene e a assepsia, a ocorrência de um trauma no nariz, na língua ou na orelha é o suficiente para iniciar o processo destrutivo”, ressalta.
Preocupação
O poder público também tem atentado para essa questão. Em São Paulo, por exemplo, a Lei Estadual 9.828/97 “proíbe a realização, em menores de idade, de procedimentos inerentes à prática de piercings, em estabelecimentos, por qualquer pessoa”. Mesmo assim, em muitos lugares, essa determinação não é respeitada.
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