
Por ANTHONY GAROTINHO
Diante do massacre que a mídia, liderada pelas ORGANIZAÇÕES GLOBO, vem impondo a mim e à ex-governadora Rosinha, tomei a decisão de tornar público na reunião do Diretório Estadual do PMDB, fatos que considero inaceitáveis num regime democrático, onde a polícia deve servir à sociedade e não a um partido político. E só o fiz porque muitas das pessoas citadas estavam presentes na reunião.
Vamos aos fatos:
Há meses fui procurado por um cidadão indignado, que me deu a seguinte informação: um amigo que trabalha na Polícia Federal ouviu na repartição que “ordens superiores” foram dadas, para incluir meu nome em investigações que estavam em curso contra policiais civis do Rio.
Disse a ele que era impossível, já que toda a minha história era de punição a maus policiais e que jamais acobertei qualquer irregularidade envolvendo policiais corruptos. No dia seguinte, ele reafirmou a história e disse, inclusive, que havia sido criado um constrangimento diante de tais “ordens superiores”.
Foi então que há 90 dias tomei a iniciativa de procurar o presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani, e lhe contei o fato. Ele achou gravíssimo e dali, do seu gabinete, ligamos para o senador Francisco Dornelles. O senador, que estava em seu gabinete na Fundação Getúlio Vargas, pediu que eu me dirigisse até lá. Relatei-lhe todos os fatos. Imediatamente, Dornelles pediu à sua secretária em Brasília que marcasse uma agenda com o ministro da Justiça, Tarso Genro. O encontro aconteceu. O ministro negou a Dornelles que existisse sequer alguma investigação a meu respeito.
No dia seguinte, tomei a decisão de procurar o presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Este, por sua vez, também procurou estabelecer contato com o ministro da Justiça. De novo, Tarso Genro, a quem a Polícia Federal está subordinada, negou ter conhecimento de qualquer fato envolvendo meu nome.
No mesmo dia, relatei o fato à bancada federal do PMDB e me dirigi especialmente ao deputado federal Marcelo Itagiba: “você trabalhou comigo, sabe que nunca fui conivente com policial bandido. Estou sendo informado de uma armação contra mim. Dizem que são “ordens superiores”. Veja o que você pode apurar junto aos seus amigos da Polícia Federal”. A resposta do deputado Itagiba veio no dia seguinte: “Até onde pude apurar não existe nada contra você dentro da instituição”.
Mesmo assim fui advertido por esse amigo, que a pressão sobre a Polícia Federal no Rio era enorme e que era impossível não atender a “ordens superiores”. Meus advogados que atentamente acompanhavam os fatos, resolveram então pedir um habeas corpus preventivo no início de março, temendo por uma atitude covarde e arbitrária. O habeas corpus foi negado sob o argumento de que não havia, em nenhuma Vara Federal qualquer fato que envolvesse o meu nome.
Dei ciência do fato a alguns prefeitos, deputados estaduais e toda a bancada federal do PMDB.
Foi então que aconteceu. Dia 29 de Maio.
Atendendo a “ordens superiores” e mesmo sem haver nenhuma prova contra mim, tive minha casa revistada durante 5 horas por agentes da Polícia Federal, que até nas peças íntimas de minhas filhas e de minha esposa queriam encontrar alguma prova que pudesse me incriminar.
Não sei de onde partiram as tais “ordens superiores” para transformar a Polícia Federal em polícia política, que persegue quem é adversário do PT. Talvez esses fatos expliquem melhor à população o que está por trás da campanha orquestrada para, mais uma vez, tentar jogar a população contra mim.
Repito aqui o que disse na reunião de hoje, do Diretório Estadual do PMDB, diante de centenas de pessoas, prefeitos, deputados estaduais e federais, vereadores e até secretários estaduais, além de repórteres de todos os jornais que cobriam a reunião:
A Polícia Federal entrou na casa de Delúbio Soares, que confessou crimes cometidos com dinheiro público?
A Polícia Federal entrou na casa de José Dirceu, cassado sob acusação de comandar um esquema que comprava votos em favor do governo?
A Polícia Federal entrou na casa de Marcos Valério, que operava o esquema do “Mensalão”, conforme ficou provado na CPI do Congresso Nacional?
A Polícia Federal entrou na casa de Waldomiro Diniz, que foi flagrado em uma gravação de vídeo acertando propina com o “bicheiro” Carlinhos Cachoeira?
A resposta para todas essas perguntas é: NÃO. A Polícia Federal não entra na casa dos “amigos do PT”.
A Polícia Federal revistou a minha casa e levou uma escritura de um imóvel, datada de 1950; a agenda do motorista que dirige para os meus filhos; fotos de família e um laptop, com as aulas que eu e Rosinha ministramos na classe de casais da nossa igreja.
Devemos, enquanto há tempo, protestar contra a tentativa de retrocesso das garantias e dos direitos individuais, que custaram a vida de tantos brasileiros. O PT não pode usar a polícia para fazer política. Eleição se ganha no debate das idéias e não com truculência e autoritarismo. Não fui a primeira vítima da polícia política do PT. Provavelmente não serei a última.
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